Superbactéria Illuminati KPC mata 18 em Brasília. E agora vão racionar medicamentos?
As autoridades sanitárias no Brasil acreditam que o uso indiscriminado de antibióticos está ajudando uma perigosa bactéria a resistir a medicamentos. A preocupação aumentou com a detecção de bactéria KPC.
Os dados são do Ministério da Saúde: a superbactéria, conhecida como KPC, já atinge São Paulo, Paraná e Distrito Federal. A situação mais crítica é a da capital do país: 18 mortos.
Há 183 pessoas com a bactéria, e 46 desenvolveram a infecção. Para o ministro, uma das razões da proliferação de bactérias como essa, muito resistente aos antibióticos, é o uso indiscriminado de medicamentos.
“O que acontece é que a pessoa começa a apresentar uma febre, vai na farmácia, compra o antibiótico e toma. Há uma seleção de bactérias e a criação de bactérias resistentes, que podem, quem sabe, até acometer esse próprio cidadão numa situação de internação com uma infecção hospitalar grave", diz o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Segundo infectologistas, no nosso organismo, naturalmente existem mais bactérias do que células. O uso indiscriminado de antibióticos mata muito mais bactérias do que o necessário para o paciente se livrar da doença. Ao eliminar bactérias inofensivas, aquelas que são resistentes aos antibióticos ocupam o espaço e se proliferam. Assim, quanto mais medicamento, mais bactérias eliminadas, mais espaço para as resistentes.
Para definir medidas que tentem um freio no uso abusivo de antibióticos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai reunir, na próxima sexta-feira, 17 especialistas em Brasília. Entre as medidas que podem ser tomadas, está a retenção da receita médica pelas farmácias na venda destes medicamentos.
Segundo o infectologista Julival Ribeiro, enquanto isso não ocorre, para deter a superbactéria que ataca principalmente pacientes fragilizados em UTIs, medidas simples já podem e devem ser tomadas por pacientes e profissionais de saúde. "A higienização das mãos com álcool a 70% é a medida mais simples e eficaz para a gente deter a disseminação dessa bactéria e, por outro lado, a classe médica tem que usar o antibiótico o mais racional possível", afirma.
Contribuição: Wilian Hermino