O evangelho e o amor

 - I Cor 13,

            “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. ... Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” 

- Mc 12:28

                “Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele; E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.” 

            O evangelho de Cristo é simples, é amar a Deus acima de tudo, e também amar o próximo como a ti mesmo. Se não amarmos o próximo, não há como amarmos a Deus. E nisto consiste o evangelho: Amar alguém que não é merecedor deste amor, pois o Senhor assim faz. Mas este amor não é apenas um sentimento, é prática, é dar a vida por alguém, por mais desmerecedor que ela seja, temos que servi-la como nós mesmos, sem receber algo em troca. I Co 13:5

            Jesus, na Sua vida na Terra, mostrou isto. Deu a sua vida para tirar o pecado do mundo. João 3:16

            O amor de Cristo faz do evangelho algo simples. O amor encurta distâncias, quebra paradigmas, preconceitos, descomplica.

             O amor de Cristo liberta da religiosidade, dos vãos sacrifícios, das confrarias com finalidades humanas, dos tradicionalismos, da hipocrisia, das barganhas, dos modismos e da idolatria aos púlpitos-altares. Mc 12:33

            Porque muitos de nós ainda somos incompletos e inconstantes no que se tange a santidade e ao fazer a vontade de Deus? Porque falta o amor.

            O amor de Cristo ativa dons, ministérios, motiva, liberta, restaura. O amor precede tudo o que provem de Deus, porque sem ele, nada adianta.

            Podemos passar por todas ministrações, unções, sessões, sal grosso, azeite de oliva, óleo de soja e de girassol, mas se não tivermos amor, de nada adiantará!

            Posso ter todos os títulos antes do meu nome, todos os ministérios, unções, pregar os melhores sermões, posso ter todo o conhecimento e sabedoria, e ter todos os diplomas pendurados em minha parede, se não tiver amor, vai ser inútil.

            Então talvez hoje, você já teve sua devocional com Deus, já falou com Ele, mas e o amor? Será que amamos o Senhor mas não amamos o próximo? É fácil amarmos nossos amigos e parentes, ou aquele provido de algo bom para nós e que nos satisfaça, mas será que algum dia vamos deixar de ver os noticiários das calamidades nas nossas caixas de ilusões (ou seja, a TV), e fazer algo para aliviar a dor dos perdidos? E pararmos de julgar e medir o próximo, deixando isto na responsabilidade do Senhor, e revelar o amor dEle para aqueles que são desmerecidos?

            A Igreja convive com uma doença crônica: O egoísmo, e usam como máscara o texto de Salmos 1. Não vai ao encontro de uma alma perdida porque não quer se assentar (ou seja, ser visto) na “roda do escarnecedor”, do que adianta isto? Pensam que vivem uma santidade de anjo porque não andam com o ímpio, mas quando estão nas suas casas, acompanham diariamente as novelas das 6, 7, 8, 9 em diante. O que é andar segundo o conselho dos ímpios? Assistir programas de humor, com piadas imundas na TV, ou, conversar com um ímpio, e nesta oportunidade, mostrar o amor de Deus?

            Agora me diga, será que a sagrada escritura relata que Jesus andava com os fariseus, doutores da lei e líderes religiosos, pois se intitulavam e aparentavam-se santos, e nisto pregavam uns para os outros, dentro de luxuosas sinagogas? Ou Ele ajudava os publicanos, ladrões, prostitutas e desprovidos de status sociais e econômicos a receberem o Reino de Deus através do amor e do perdão?

            O Evangelho de Jesus não é religião;

            Não são templos;

            Não são barganhas.    

            ...Pense.

 

Marcos Paulo Goes