EUA: Exército utiliza software e perfis falsos para espionagem em redes sociais. Eles estão de olho...
Raw Story - [Stephen C. Webster] A maioria das pessoas usa as redes sociais como Facebook e Twitter para compartilhar fotos de amigos e família, conversar com amigos e desconhecidos sobre assuntos diversos, ou seguir o perfil de seus sites, bandas e programas de TV favoritos.
Mas e o Exército dos Estados Unidos, para que será que ele faz uso dessa mesma rede? Bom, nós não podemos lhe revelar: isso é “confidencial”, um porta-voz da CENTCOM (Comando Central dos Estados Unidos) disse recentemente a Raw Story.
Um uso que está confirmado, entretanto, é a manipulação da rede social através de perfis falsos controlados pelo Exército. Raw Story recentemente relatou que a Aeronáutica dos Estados Unidos solicitou a comerciantes de informática do setor privado por algo chamado “Persona Management Software” (PMS, algo como “Programa de Controle Pessoal” - N.T.). Tal tecnologia permitiria a indivíduos únicos a comandarem exércitos virtuais de “pessoas” falsas, digitais, em várias diferentes mídias sociais.
Esses perfis possuem toda uma história própria bem detalhada, fictícia, para fazê-los passar por verdadeiros a quem olha de fora, além de um serviço sofisticado de proteção de identidade para lhes dar apoio, prevenindo que leitores suspeitos descubram a pessoa real por trás do perfil. Eles ainda trabalham maneiras de enganar serviços de geolocalização da internet, para que esses “perfis” possam estar virtualmente inseridos em qualquer lugar do mundo, propiciando comentários ostensivos ao vivo sobre eventos reais, mesmo quando o operador não estiver presente.
Quando Raw Story relatou o contrato para esse software pela primeira vez, não estava claro o que a Aeronáutica estadunidense queria com isso, ou mesmo se já o havia adquirido. A possibilidade para usos não escusos, entretanto, estava bastante evidente.
Um falso exército virtual de pessoas poderia ser usado para ajudar a criar a impressão de uma opinião consensual nos tópicos de comentário online, ou para manipular a mídia social ao ponto em que histórias relevantes fossem suprimidas.
Ultimamente, isso pode causar o efeito de mudar em rede a opinião pública e compreensão sobre eventos mundiais estratégicos.
De acordo com o Comandante Bill Speaks, o oficial responsável pela mídia da equipe responsável pela área digital do CENTCOM, o publico não pode saber o que o Exército dos Estados Unidos quer com tal tecnologia, porque suas aplicações são secretas.
“Esse contrato”, escreveu em referência ao relatório da Aeronáutica de 22 de Junho de 2010, “dá suporte às atividades confidenciais nas mídias sociais fora dos Estados Unidos, e pretende se opor à ideologia extremista e à propaganda inimiga.”
Speaks insistiu que ele estava falando apenas pela CENTCOM, e não pela Aeronáutica estadunidense “ou outro setor do Exército”.
Enquanto revelava quem era premiado com o contrato em questão, ele acrescentou que a Aeronáutica, que ajuda no processo de contratação da CENTCOM fora de MacDill (uma base da aeronáutica estadunidense), tem até mesmo outros usos da mídia social que ele não pode apontar.
Uma série de buscas para outros contratos ligados a PMS se revelou sem sucesso.
Contribuição: Raul Fortunato